24 de dezembro de 2013

Retroexpectativa

Eu poderia ficar horas escrevendo todas as minhas conquistas e relembrando e agradecendo tudo de bom que passei esse ano. Além do que, eu poderia falar dos meus planos e projetos para 2014.

Poderia declarar que foi um dos anos mais importantes por estar de vez me dedicando à profissão que sempre sonhei, que é a de ator.

Poderia falar da grande oportunidade de participar de uma peça ao lado de grandes artistas, que hoje além de ídolos são meus amigos, da incrível bandaMIRIM.

Poderia agradecer as poucas, porém excelentes apresentações do espetáculo que amo de paixão – A Roda da cia Circodança

Poderia também me empolgar ao contar do meu primeiro job na publicidade, que foi o comercial “Estilômetro da Honda”. Um universo, no mínimo diferente do que estava acostumado, e que também adorei.

Poderia contar que a cada dia mais o meu preconceito com a TV se quebra. E que é um universo que quero sim desvendar e estar mais presente.

Poderia contar também que fiquei ainda mais feliz em saber que a série “Família Imperial”, a qual fiz parte, neste ano de 2013 foi comprada e começou a ser transmitida pela Disney Channel.

Poderia contar algumas outras aventuras que tive pela TV esse ano, algumas que já foram e outras que ainda não foram ao ar.

Poderia falar sobre a minha empolgação em ser convidado para participar de um projeto intenso e “longo”, além de diferente do que estou acostumado. Uma peça adulta, incrível e com um elenco maravilhoso. Aliás, poderia falar dela para instigar vocês a assistir ano que vem. Aguardem notícias de “Oliver”.

Além de tudo isso, eu poderia contar com uma alegria imensa que enfim terminei o meu TCC, e fui aprovado. Que agora eu tenho um curso superior, tudo bem que é em Turismo, que eu nem trabalhe mais na área, e não pretenda voltar para ela nunca...mas enfim conclui uma etapa que não poderia deixar aberta.

Poderia contar com muito entusiasmo o presente de aniversário que ganhei do Danislau e de todos os meninos da banda Porcas Borboletas, que foi participar de um show deles!

Poderia também dizer o quanto a minha relação com a escrita, que é outra grande paixão, se estreitou e tem me despertado ainda mais o desejo de me aprofundar nessa área.

Poderia dizer que foi muito importante começar a participar mais de saraus, slams e inclusive ser convidado a ser o “guru guri” do Menor Slam do Mundo. Dizer o quão motivador e importante foi conhecer poetas e escritores magníficos e me envolver ainda mais no universo literário.

Poderia contar com entusiasmo os meus planos com a escrita para 2014. Mas apenas digo aguardem.

Poderia contar com igual, ou ainda mais, entusiasmo os milhares planos e projetos para o teatro e para a TV que tenho engatilhados, acordados, esperando respostas, e até mesmo apenas no plano das ideias. Mas insisto em pedir para que aguardem...

Enfim, eu poderia falar sobre tudo isso, e agradecer a todos que conheci, e que de algum modo foram importantes para mim nesse ano, e fazer um discurso piegas e longo, mas não farei isso.

Resumirei apenas em:

2013: Ano da transição

2014: Ano da confirmação e da colheita.

25 de novembro de 2013

Ressaca

sinto aquela mesma saudade e melancolia de ver um barco se afastando do cais
embebedo-me
seja por ela ou simplesmente por não tê-la
a cada noite o mar está de um jeito imprevisível
e a cada manhã é uma ressaca diferente



Giovanni Venturini – 14/10/2013

12 de novembro de 2013

26 de outubro de 2013

DesculpÁS

Ás de copas
Apresenta
Ás desculpas
Ao Rei de paus
E pedras nas mãos
Protegido por
Valentes Valetes
De espadas empunhadas

Ás Damas de copas,
Ás Damas de ouros
Ás Damas de espadas,
Ás Damas despidas
De culpas
Desculpe-as
Desculpe Ás
D’espadas
  
Giovanni Venturini – 25/10/2013

5 de outubro de 2013

Olho, mas não vejo

Te olho tão fundo que não enxergo
A sua superfície

Te olho tão raso e superficial
Que disfarço

Te olho nos olhos e você desvia
Para baixo

Te olho, mas nunca te vejo
Por inteiro


Giovanni Venturini - 21/09/2013

18 de setembro de 2013

Falta de Ar(te)

a tua ausência em minha parede
branca, fria e úmida
me faz
um quadro sem moldura
no vazio de um sorriso
falso
olhar perdido de Monalisa
grito sem som de Munch
ecoa
pela Casa Amarela
A Persistência da Memória
Dalí



Giovanni Venturini – 15/09/13

10 de setembro de 2013

Prazer

O prazer não paga minha conta de água,
de luz, o meu IPTU, nem as compras do mês

O prazer não paga os cheques devolvidos,
os cartões sem limites, nem o troco em balas

O prazer não paga a gasolina nem o álcool, o óleo, a manutenção,
não paga o transporte público para minha locomoção

O prazer não paga a roupa que visto
não paga a minha comida,
o meu cigarro, minha bebida
o prazer não paga meus vícios

A minha cama, não foi o prazer quem me deu
o prazer não me dá o conforto nem o calor da minha moradia
o prazer sequer paga minha simpatia

O prazer não paga nenhum remédio quando estou doente
pelo contrário, ele me consome, me mata
aos poucos, lentamente
sem eu perceber
a única coisa que eu tenho é o prazer.



Giovanni Venturini – 20/08/13



5 de setembro de 2013

Cr(ia/e)nça

ar sereno
desperta a sereia
que quer lhe habitar

olhar centrado
que acorda o mar
que habita sua janela

senhor sentado
que cochila
sonhando
acordado
por nós

santo no altar
esperando sacrifício
da senhora cansada
de tanto rezar

tambor soa dançando
no terreiro ao lado
o espírito se cansa
das formas estranhas
do mundo de cá.

o pastor se exalta
acreditando no crédito
dos cartões eletrônicos
de fiéis desesperados

o papa se cala
esperando seu vinho
regado a reza
de católicos cegos

e a menina de olhar sério
no mundo caótico
sem saber em que acreditar

em frente ao espelho
ela enlouquece acreditando
que inventou uma nova religião

gargalhada ecoa pelo banheiro
do seu apartamento
sua única riqueza
a risada eufórica
de uma criança sem medo
que sabe de tudo
mesmo sem conhecer
nada do mundo

os livros de teologia e ciências
estão nas lixeiras
hoje apenas vive,
não pensa.



Giovanni Venturini – 28/06/13

27 de agosto de 2013

Nota de um artista

A vida comum
De um artista incomodado
Com a fama
E sua pública exposição
O irrita de tal modo
Que decidi fugir.

Foge para o anonimato
De uma cidade do interior
E enquanto, deitado em uma rede,
Observava o céu,
Teve um lindo pensamento:
“Se o sol é um astro, uma estrela...
As nuvens são os paparazzis”.

Depois disso concluiu
Que o sol está presente na vida de todos,
É algo natural e comum,
E a sua luz é tão intensa
Que nuvem nenhuma iria atrapalhar.

Voltou para cidade grande e hoje brilha
Nos palcos
Dos mais conhecidos teatros,
Nas telas
Dos mais lotados cinemas,
Na vida
Daqueles que admiram o seu talento.

Há muito tempo ele não sabe o que é um dia nublado.



Giovanni Venturini – 09/07/2013

*Inspirado pela frase de Beatriz Peloso: “O sol é uma estrela e as nuvens os paparazzis”.

21 de agosto de 2013

Sexo Puro

Deitada na cama
com suas asas abertas
minha língua toca a sua pele
salgada

Pernas lisas, penas soltas
olhar profundo, delicada boca
suas asas são mais lindas
vistas lá em cima

Sobrevoa minha vida
proteja-me durante o dia
e volte aqui de noite com despudor
para se enrolar em meu corpo

Abrace-me com suas asas,
abra suas pernas
eu visto as minhas penas
mais uma noite de pecados
nos desperta

Quando lhe conheci
custei a acreditar
que um anjo desce a terra
para se de(le)itar

Você busca a sujeira do sexo mundano
eu creio na pureza que há nos anjos
açulo seu desejo carnal
preenche-me com o espiritual

A delicadeza das suas formas
idealizadas pela minha crença
a imperfeição do meu corpo
é tudo que você almeja

Aumenta sua libido
todas as noites você desce a terra
e me levar a conhecer o Céu
nosso sexo casual, amor proibido

O mais carnal e mais puro que existe
entre o anjo que há em mim
e sua alma que ainda é humana


Giovanni Venturini – 18/08/2013

18 de agosto de 2013

Café preto

o sono me cala
a visão engessada
do branco do teto
turvo olhar desperto
o ultimo e o primeiro
deserto

o reflexo branco e frio
na superfície negra e quente
calada, é penetrante
esse mar, esse rio
de fumaça que invade
me cega os ouvidos
o tato confunde
o paladar seguido
pelo sabor amargo
que seduz o olfato

no fundo
todo teto branco
é refletido negro
no café
de todo mundo



Giovanni Venturini – 18/08/13 (alterado em 28/07/14)

15 de agosto de 2013

A não ser...

Desde quando criei o blog, eu adoro esse trocadilho que o nomeia: "Anãosergigante" (leia como quiser, e separe as sílabas como entender ou preferir)
E há um tempo atrás vi uma notícia de um professor colombiano, que reuniu algumas definições dos seus alunos (crianças), e fez um dicionário puro. (Veja a matéria aqui!)
Isso me inspirou a fazer um poema que defina o que é o "anão". Sempre quis escrever sobre isso, e ter a minha própria definição. Já havia tentado outras vezes, mas creio que essa, que está logo abaixo, seja a minha melhor.


Acima de tudo e abaixo de todos
sou anão.
Até mesmo ‘acima’ do meu banco
ou quieto no meu canto
continuo pequeno cidadão.

E anão nada mais é que um ser gigante por dentro.
Alguém que esqueceu de crescer por fora,
que inverteu o sentido e o significado
de vir e ir embora,
de crer e de ser
de crescer.

Todos crescem, menos nós.
Cordas infindas em nós
somos eternamente imensos
em prosas, ‘in-versus’.

Não vejo diferença entre os anões e os demais.
A não ser os banais.
A não ser a indiferença de ser grande.
Anão: ser Gigante.

Portanto, (gig)antes de mais nada,
(gig)antes de qualquer coisa,
adiante e diante do mundo
somos
gigAntes de tudo
como todos.


Giovanni Venturini – 16/06/2013


12 de agosto de 2013

Atletas brasileiros voltam com ouro do Mundial de Anões

Vai Brasil! Parabéns Moçada!

Pela primeira vez o Brasil participou dos "Jogos Mundias de Anões" e voltou com 4 medalhas de ouro no peito. Espero que os olhos se abram mais para os esportes Paralímpicos no Brasil. Falta investimento, falta patrocínio, falta apoio, falta equipamento, falta informação...falta muita coisa.
Garanto que temos muitos atletas bons, capazes de fazer muito. Espero uma participação maior do Brasil nos próximos "Jogos Mundiais de Anões", em diversas modalidades, e mais participação nas Paralimpíadas também.

Vi o post do Vanderlei Linck, dono do blog Pequenos do RS, e resolvi compartilhar. Segue:

9 de agosto de 2013

Malabarista de rua

Distraio-me com o malabares no semáforo
passo no vermelho
do sangue que escorre no asfalto
lá se vai mais uma piada, mais um palhaço.
Amarel-onde corre a lágrima
a bolinha de malabares
agora no chão
não mais nos ares.

Esquina com a Rebouças
a clave ali repousa
o semáforo está verde
limão
da falta de equipamento apropriado.

Farol alto lá
onde o fogo confunde-se com o sol
onde o corpo mistura-se com o sal
suado, de jogar coisas para o alto
lá onde o farol é semáforo.

Onde o vermelho é trabalho,
o verde é descanso,
e o amarelo é descaso.


Giovanni Venturini - 13/07/13

2 de agosto de 2013

O Fantasma do Som - Nova Temporada

E estamos de volta!
O estúdio da Rádio Azambuja está de casa nova.

O Porteiro Abdias (com B mudo) está na portaria do Sesc Consolação recebendo vocês, queridos ouvintes, todos os sábados de Agosto às 11h da manhã. A Faxineira Cidinha Bisteca já está limpando tudo para tornar essa Rádio antiga, mais aconchegante e limpinha!



A rádio-atriz Portuguesa Constantina Constante está um pouco constipada, mas nada que atrapalhe sua performance. Neusa Maria, a rainha dos Jingles já está ensaiadinha e afinada para trazer muita música
e alegria!

E o casal ternura, Cid Farnel, o locutor dos lábios de Mel e sua "jovem senhora" (a rádio-atriz mais antiga da história) Suzete Rupião estão prontos, cheios de amor e confusões para oferecer.



O Urgel Pitomba, o sonoplasta atrapalhado, me contou que vai ter até uma participação de uma Rádio-atriz nova. Uma tal de Mary Lee que está vindo de fora do País para gravar essa rádio novela.

Ela é sobrinha do Seu Pino e da Dona Mercedes, os donos da Rádio.
Desde que eles perderam sua filha Janete Azambuja a Rádio nunca mais foi a mesma.

Dizem que o fantasma de Janete ainda habita o estúdio, mas é um fantasma do bem. Sempre ajuda nas confusões que essa turma faz por aqui!


Falando em confusões, sempre sobra pra mim arrumar as coisas, colocar as mesas no lugar, verificar todos os equipamentos...sempre empurram tudo para eu fazer! Sempre o Radamés Brasil! Ééé, vocês estão pensando o que? Contrarregras sofre! Agora eu preciso ir arrumar o estúdio e deixar tudo pronto para a visita de vocês!



Então não esqueçam:
O Fantasma do Som
Todos os Sábados de Agosto (03 à 31 de Agosto)
Sempre às 11h da manhã
no Sesc Consolação

Apenas R$8,00 a inteira e R$4,00 a meia-entrada



Maiores informações:
http://www.sescsp.org.br/programacao/9264_O+FANTASMA+DO+SOM

Esperamos vocês lá para se divertir conosco!

29 de julho de 2013

Entrevista - Diferenças - Nanismo no programa Nacional Jovem

Para quem perdeu e não conseguiu ouvir ao vivo minha entrevista para o programa Nacional Jovem da Rádio Nacional da Amazônia, aqui está:


*Para ler o texto "Campanha: Anões em papéis dignos!", citado na entrevista, clique aqui!


Foi um prazer participar desta entrevista e parabéns por abordarem diversos temas relacionado ao Nanismo durante essa semana.


Créditos:
Entrevista foi realizada durante o especial Diferenças - Nanismo, do programa Nacional Jovem, da Rádio Nacional da Amazônia  OC 11.780 kHz e 6.180 kHz
Apresentação: Juliana Maya

Produção: Elis Tanajura

18 de julho de 2013

A novela das 8

O filme nacional de Odilton Rocha se passa no ano de 1978 e conta a história de Amanda (Vanessa Giácomo) e sua empregada Dora (Claudia Ohana). Amanda é uma prostituta de luxo, cuja maior diversão é assistir a novela Dancin Days, enquanto Dora é uma personagem taciturna que tem um passado na militância comunista. As duas são a oposição entre a alienação e a repressão presente no país nesse momento político.
Esse é um tema que por si só me prende muito. Eu sempre pergunto para as pessoas ao meu redor o que se pensava na época. Muitas vezes, o que eu escuto é que não se sabia de nada, vivia-se um momento “nacionalista” e não se tinha noção do que realmente estava acontecendo. Novela das 8 traz essas duas visões tão opostas da mesma realidade, entrelaçando a história de diversos personagens.

O filme foi extremamente criticado pela mídia, principalmente, por motivos técnicos e por abordar muitos temas e núcleos ao mesmo tempo. Confesso que o longa não é nenhuma obra prima, mas é muito interessante e traz a tona uma importante discussão. Vale a pena, bom filme!

Por Maria Andrade

15 de julho de 2013

Jornal de Domingo

o jornal bate a porta
querendo trazer boas novas
o vento vem com ele
querendo abrigo

eu aqui trancado
sem saber do mundo que vivo
o lobo solitário
volta para toca

devoro-me sozinho
ouço-me em silêncio
durmo comigo
acordo em perigo

o jornal de ontem se rasgou na chuva
mas tudo bem,
amanhã é domingo
dia do tempo mudar
e do vento trazer aquele
jornal amassado

eu não vou abrir
estou protegido aqui
não quero saber
mais quantos se mataram
nem quanto foi o jogo
do mês passado

Passou, passou...passou
outro lobo solitário
na minha porta
senti pelo faro
em breve ele volta

não como era antes,
quando partiu
mas com novos sentidos
paladares novos, faro aguçado
Audição sensível, tato cansado

eu? prefiro aqui dentro
lobo solitário,
porém sem tristeza
sem notícias de quem se arrisca
lá fora, lá fora...lá fora?
o vento chora.



Giovanni Venturini – 10/07/13

9 de julho de 2013

Internética

A minha internet discada
me ilude lentamente

A minha internet diz-cada
coisa surpreendente
A minha internética diz-cada
absurdo que ofende



Giovanni Venturini - 09/07/2013

3 de julho de 2013

O Rei da Califórnia (King of California)


O Rei da Califórnia, de 2007, fica no limite interessantíssimo entre o drama e a comédia e trata sobre dois
assuntos que mexem muito comigo: família e loucura. Na verdade, os dois temas parecem ser a mesma coisa, já que o amor familiar é insano em muitos aspectos. Miranda (Evan Rachel Wood) é a responsável filha de Charlie (Michael Douglas), a adolescente que há anos dá conta de sustentar-se, já que o pai estava em uma clínica psiquiátrica. A trama tem inicio quando esse pai volta para casa e convence a filha a acompanhá-lo em uma jornada em busca de um tesouro espanhol que estaria enterrado na região. Loucura, sonho e amor misturados.
É um filme sem grandes surpresas ou idéias rebuscadas e não é nem de longe o melhor longa do gênero. Porém traz a essência do amor entre pais e filhos de um jeito muito simples e cativante. A atuação da dupla protagonista é simplesmente impecável e o roteiro cômico é ideal para uma dessas tardes de inverno.
A relação entre pais e filhos é talvez a relação mais complexa do mundo, sempre repleta de pequenos (ou grandes) desentendimentos, mágoas e decepções. E ainda assim, os esforços para entender, aceitar e dividir os momentos do dia a dia parecem perseverar em famílias da ficção e da realidade.
Como tantos outros filhos por aí, Miranda se desdobra em mil para acompanhar as loucuras (ou não) do pai, tentando superar suas dores e reconstruir esse relacionamento tão desgastado. A busca pelo tesouro espanhol torna-se uma deliciosa busca pela harmonia familiar que vale a pena acompanhar.

Bom filme!

Por Maria Andrade

26 de junho de 2013

Relógio

Não estou mais só
No silêncio
As minhas imensas noites
Se foram
A noção que não tinha
Retomada
A preocupação que não havia
Acelerada
O silêncio que me acompanhava
Se cala
Os ponteiros que não se moviam
Não param
Em um ritmo frenético
O tic-tac
Do meu relógio velho
Antes calado
Hoje samba sem parar
Fundindo
Com o estalar do meu corpo
Cansado
O ponteiro do segundo
Ritmado
Acompanha o dos minutos
O Embalo
O das horas passa tão
Rápido
Que minha mente Incansável
Confunde-se
Com a sociedade regrada
Que dorme
O que antes me despertava
Silêncio
Hoje me assombra
Relógio


Giovanni Venturini – 17/06/13



22 de junho de 2013

Súplica do vento

um dia qualquer
um tempo triste
o vento me chama

“abre a janela e vem dançar
deixe o calor para depois
valsa comigo no frio

nosso telhado é o céu nublado
sol espiando por trás das nuvens
as árvores embalam de um lado pro outro

tire o pijama, calce um tênis
ou venha descalço
deixo você escolher o ritmo
mas por favor, dance comigo

enquanto não abrir a janela
eu não vou parar de lhe chamar
vou bater no vidro e gritar seu nome
venha comigo dançar?

deixe o conforto da sua casa
o mundo aqui fora é maior
temos espaço de sobra
do lado de cá me sinto só

já recusaram meu pedido muitas vezes
mas você é diferente
sei que vai me ouvir
por favor, venha comigo dançar?”


Giovanni Venturini – 29/05/13

20 de junho de 2013

Sabor do vinagre

Eu nunca gostei de temperar a minha salada com vinagre. Bastava um azeite e um sal...no máximo um limãozinho.
Achava o vinagre muito forte, e tirava o gosto dos demais temperos.
E eu tinha razão, o vinagre é forte!
Quem diria que uniria uma nação, pronta para a revolução? O vinagre foi capaz de tirar o gosto dos outros (des)temperos políticos.
O verde da salada (e da bandeira) hoje tem um gosto diferente.
E até quem falava que não gostava de salada, se rendeu ao vinagre. Hoje crianças imploram para que suas mães comprem alfaces, agriões, rúculas, couves, cenouras...e tomates!
Mas os tomates estão caros. Que comece a nova revolução. Tomate neles!
O vinagre, de tom rose, não é do vinho. Mas sim do sangue derramado nessa primeira vitória.

E agora o sabor me desce doce e suave. Hoje eu temperei minha salada com vinagre!


Giovanni Venturini - 20/06/2013

19 de junho de 2013

O Substituto (Detachment)

Nós paulistanos e nós brasileiros estamos vivendo um momento único. Um momento de intensa discussão política, um momento de abrir os olhos de toda a população para o que acontece ao nosso redor! Estamos exaustos com a corrupção, exaustos com o péssimo estado da saúde, exaustos com a situação do transporte, estamos simplesmente exaustos.
Por isso, escolhi um filme que mostra outro sistema falho, do qual estamos mais do que exaustos: a educação. O Substituto é um filme americano, de 2011, dirigido por Tony Kaye e conta com um elenco maravilhoso! Nele, Adrien Brody vive um professor de escola pública que tem um talento incrível para lidar com seus alunos, mas escolheu viver a carreira de professor substituto. Ele tem medo de se envolver, se apegar e se tornar parte dos problemas de seus alunos, então, passa a vida trocando de escolas.

14 de junho de 2013

Notícias que quero ler

Uma ponta de orgulho nasce de novo em mim
Aquela chama que estava perdida volta a brilhar
A turbulência passou e o 14 Bis volta a planar!
Aquela angustia se desfaz
com a lágrima que mancha as manchetes sobre o fim:

“Fim de uma guerra civil
que Brasileiro nenhum jamais viu”

“A 2ª fase da ditadura militar acabou!
A PM largou as armas e se abraçou.”

A polícia em um ato inusitado
Largou suas armas,
Tirou sua farda
Percebeu quem era o Estado.

Orgulho de dizer que não sou do país do futebol
Sou do país que calou a sua própria descrença.
Cresceu na união e decretou a sentença
Que não é o país da polpa e do sol

A população faminta não poupa
Quem mente e quem rouba
Vamos pro lado de lá, da tela
Chega de ver notícia, vamos fazer parte dela

Hoje Ministros são mitos
O Governador se calou
O Prefeito com medo sumiu
A Presidenta não é mais guerrilheira
A população quer sua cabeça
Deputados estão disputados.
Hoje mais dois vão pra sentença

O juiz? Somos nós!
Quero ver alguém calar a nossa voz.



Giovanni Venturini – 14/06/2013 (Um dia depois que o Brasil acordou)

12 de junho de 2013

Namorados Para Sempre – 2010 (Blue Valentine)


Eu tive a oportunidade de ver esse filme em uma cabine para críticos, antes de sua estreia que ocorreria próxima ao dia dos namorados. Eu esperava por mais uma comédia romântica para agradar os pombinhos e dei de cara com um filme surpreendente, que se tornou parte da minha lista de filmes favoritos para sentar e chorar. Dirigido por Derek Cianfrance e estrelado pelo impecável Ryan Gosling e pela excelente Michelle Willians (indicada ao Oscar pelo papel), o filme faz um paralelo entre o passado e o presente de um casal. Assistimos aos momentos encantadores do inicio do relacionamento e ao seu depressivo desmoronamento. O clima de melancolia reina e nos leva a pensar no que deu errado. Paixão e repulsa convivem nessa relação. Os laços que ainda unem os personagens são uma filha pequena e a saudade de uma paixão vivida. O filme vale a pena em todos os aspectos, roteiro, direção e especialmente, atuação. E nos leva à mesma reflexão que “Loucamente Apaixonados” de forma mais profunda: até onde vai perenidade dos relacionamentos?

Por Maria Andrade

Loucamente Apaixonados – 2011 (Like Crazy)


O filme de baixíssimo orçamento do diretor Drake Doremus começa com um roteiro previsível, um casal que se conhece na universidade e vive cenas românticas e naturalmente clichês dignas de irritar a quem não esteja preparado. Logo se deparam com a necessidade de viver um relacionamento a distância e entre idas e vindas sempre tentam ficar juntos. É então que o roteiro rompe clichês. A suposta história de amor acaba refletindo o egoísmo, a indiferença e a carência amorosa do casal. Eles passam por cima de tudo e de todos buscando uma felicidade que pensam viver. Admito que é um filme irritante já que o casal principal não é nada carismático. Mas acredito que essa irritação revele uma interessante crítica a sociedade dos amores perecíveis.

Por Maria Andrade

11 de junho de 2013

O Silêncio

ouço passos, carros, gritos
gemidos de transa
miais e latidos

o vento nas árvores
batidas de asas,
risos de corujas ou de morcegos
irônicos e contínuos

broncas, brigas e coisas caindo
portas fechando, janelas batendo
o som da madrugada é estranho e comovente
dúvida de suas origens e de seus finais

na madrugada
o silêncio salta-me aos ouvidos.



Giovanni Venturini – 06/06/13

7 de junho de 2013

Nova parceria - Maria Andrade escreverá sobre cinema

É com uma extrema alegria que venho anunciar uma “parceria” aqui para o blog. Eu estava pensando em movimentar, principalmente a parte de filmes, e lembrei-me da querida amiga/irmã/companheira de rolê e de confissões: Maria Andrade.

Convidei-a, e ela topou na hora. Mas o convite não foi feito só porque é minha amiga não, ela escreve super bem (não só críticas, mas de tudo) e coloca um tom só seu nas críticas. Além do que é apaixonada por cinema e já escreveu por um tempo para o site Cinema na Rede.  Então vamos lá apresentar um pouco de Maria Andrade para vocês:

Maria nasceu em São Paulo dia 08 de Julho de 1992, e como boa Canceriana, acredita no amor, é bastante emotiva, simpática, compreensiva, sonhadora, e claro, tem um incrível talento literário e artístico. Não sou eu que estou dizendo, são os Astros!
Esse talento artístico, além de representado em seus poemas, roteiros, contos e textos em geral, já foi demonstrado nos palcos também. Maria é atriz e atuou, principalmente, no teatro alternativo paulistano.
Sua crença no amor e seu talento literário, ambos já supracitados, se faz presente também no artigo acadêmico que Maria está fazendo para a conclusão do seu curso de Lazer e Turismo, na EACH –USP. O artigo usando a metodologia de história oral trata sobre histórias de amor de paulistanos com mais de 60 anos, analisando a questão de gênero e velhice.

Enfim, não há pessoa melhor para escrever sobre filmes, diretores, atores, cinema de um modo geral do que ela!

Vamos tentar manter atualizado sempre com novos textos sobre o assunto. E a primeira crítica já está pronta!  Aliás, são especialíssimas. Como dia 12 de Junho é dia dos namorados tem crítica de filmes de amor (suspiros e olhos brilhando *-*). E digo mais: em DOSE DUPLA!
Então não percam: quarta-feira que vem, dia 12 de Junho, as críticas de estreia de Maria Andrade – ESPECIAL DIA DOS NAMORADOS!


Bem vinda Maria, e mais uma vez muito obrigado!


4 de junho de 2013

Hai-kai

Ais. Hai-kai, Hai-caos
No porto: Hai-cais, hai-tchaus.

E enfim, Hai-paz.


Giovanni Venturini - 01/06/2013

1 de junho de 2013

Fome de sonho

Noite sem sono
Querendo dormir
Não durmo.

Noite de fome
Querendo comer
Não como.

Noite com sono
Querendo comer
Não deito.

Noite com fome
Querendo cama
Não sonho.



Giovanni Venturini – 25/05/2013

28 de maio de 2013

Solitária Mente

Um espaço único
Silencioso e vazio.
A solidão é o que quero
Independência e inspiração
Morar em apartamento pequeno
Com apenas um sofá,
um toca discos e muitas histórias.
A pia cheia de louças,
o cinzeiro cheio de cinzas,
as paredes do meu quarto coloridas.
Quero morar tão só
Solitariamente

Em minha mente.

Giovanni Venturini - 24/05/2013

23 de maio de 2013

Essa não é uma poesia de campanha de refrigerante

A gente não vive
por medo da morte
Não é feliz
por medo do que virá depois

Não muda
por conveniência
Não canta
por medo de sair do tom
Não escuta
por displicência
Não sai
por preguiça
Não volta
pela distância
Não luta
por indecência
Não sorri
por falta de inocência
Não ama
por medo da rejeição
Não dizemos sim
porque acostumamos com não


Giovanni Venturini 10/04/2013 e  alterado 06/05/13

20 de maio de 2013

Último filme do Chaplin

as noites são silenciosas
enquanto a Condessa de Hong Kong me olha
pelo reflexo do espelho
seu cabelo curto, cotovelo apoiado no joelho
de um modo sedutor
deixando-me tímido e instigado.

seu criado-mudo
seu olhar diz tudo
apenas um copo
e duas gavetas com seus segredos.

sempre ali parada
não, seu olhar não me diz nada.
me seduz com suas costas nuas e frias
pele lisa e macia.

dezenove antes dela
noites e dias refletindo uma imagem bela
a Condessa de Hong Kong
me olha de um jeito bom.

fim de mais uma noite
mas sei que amanhã,
o reflexo me encara
seduzindo e intrigando
com medo ou amando
o segredo segue
Condessa, quer que te liberte?

só desvendo quando chego ao fim
quando assisto ao último filme do Chaplin.



Giovanni Venturini - 06/05/13



17 de maio de 2013

Teoria das cordas

Teoria das cordas

no universo
inverte-se
o seu próprio vértice
vertigem
mundo ao avesso
que gira
em seu próprio eixo
atravesso e me enrosco
em cordas e conceitos
atrevo-me
ao reverso
ao rever-te
embaraço-me
em outro espaço
faço e desfaço
cordas e nós
espesso e expresso
apresso-me
desamarro, desato
em um ato
e só



Giovanni Venturini (inspirado pela peça “Universos” de Nick Payne, direção de Zé Henrique de Paula) – 16/05/2013

16 de maio de 2013

Cidade "subversa"

insultos
atrapalham minha leitura
sons que invadem a rua
furadeiras, martelos, brocas
desconstroem obras barrocas
obras inteiras “subversas”
obras eternas, esquecidas
na mente dos cidadãos
rápidos suicidas
sempre em vão
sem tempo, com pressa
em uma cidade imersa


Giovanni Venturini – 15/05/2013

14 de maio de 2013

Letra Caligrafada ou Caneta bonita de ponta fina

Tento, logo desisto.
Penso, teclo e insisto.
Palavras, caracteres, frases e versos
não tão verídicos,
não tão estéticos.
Seria diferente se no papel a caneta tocasse
sem pensar o que quero,
a mão frenética escrevesse
para depois eu reler os rabiscos
mudar os pensamentos.

Sinceridade e correção
do contato direto
da minha mão
com o caderno.
Da caneta com meus dedos,
com a folha em branco, silenciosa
rima, poesia, conto ou prosa.

Papel eu tenho, cadernos com e sem pauta
sei o que falta:
Letra caligrafada,
caneta bonita, de ponta fina
e longas madrugadas.


14/05/2013 – Giovanni Venturini

12 de maio de 2013

Agradecimentos aos Mirins!


Durante um bom tempo eu levei duas profissões simultaneamente, reprimindo meu amor e desejo de atuar e levar apenas a profissão de ator. Quando participei da oficina “Rádio Mirim - A arte de ouvir”, conheci pessoas maravilhosas, que sobreviviam e viviam daquilo e para aquilo: A arte.
Conheci músicos, cantores, atores, palhaços, figurinistas... Enfim, gente dos mais variados meios artísticos. Mais do que isso, todos eram talentosíssimos e com muito mais experiência na área do que eu. Mas isso não era problema, todos eram iguais e se tratavam iguais, valorizando as habilidades uns dos outros.
Para mim foi uma surpresa e um presente de aniversário (estávamos no final de Outubro, próximo ao meu aniversário quando recebi a notícia), dentre cerca de 30 pessoas, eu ter sido selecionado para dar continuidade ao processo, como “observador participativo” (mesmo sem saber o que significava essa função).

30 de abril de 2013

Lar não tão doce

cara fechada, comida de ontem, roupa lavada
um em cada ponta da mesa
comendo em horários diferentes, distantes
só o silêncio presente, constante

espírito incomodado, o pouco me irrita
com mínimo espaço e muito descaso
barulhos chatos, ruídos inconvenientes
meus sons eu disfarço lentamente
de pés descalços com meias no chão

minha calma alma
caminha em minha cama
meu quarto, meu universo
meu único eu inverso
dorme cedo
programando seu dia,
acorda tarde
querendo levantar mais tarde ainda.
há dias não quer sair
quando sai demora a voltar

sempre igual, tudo normal
cara fechada, comida de ontem, roupa lavada...


Giovanni Venturini – 30/04/13

28 de abril de 2013

Estilômetro Honda - Publicidade

Com grande honra e alegria trago aqui meu primeiro trabalho de publicidade. Primeiro de muitos que virão!

Tive a sorte de estrear com uma ótima publicidade sobre a nova linha 300 cilindradas da Honda Motos.
A direção incrível foi do querido amigo Fernando Frahia!



Então está esperando o que? "Puxe a alavanca na máquina que eu criei e descubra qual é a 300 cilindradas da Honda quem tem mais a ver com você!"


Confira na íntegra no site da Honda.

5 de março de 2013

O Fantasma do Som - bandaMIRIM

Com imenso prazer e alegria venho falar do novo espetáculo da bandaMIRIM: “O Fantasma do Som”.


O espetáculo se passa no estúdio de uma rádio antiga, que está a beira da falência. Mas Pino Azambuja, dono da rádio tem uma ideia brilhante de fazer uma radionovela. O fantasma de sua filha, Janete Azambuja dá uma mãozinha para as coisas darem certo. Os radio atores tem o uma difícil missão de ensinar e aceitar a sobrinha do casal Azambuja, Mary Lee, que chega do exterior para compor esse elenco de primeira. Muita diversão e música boa! Além de um elenco lindo e incrivelmente talentoso. Além de músicos eles se mostram a cada dia, melhores atores!

O espetáculo fica no Centro Cultural São Paulo (Vergueiro) de quintas e sextas as 14:30, Sábados e Domingos as 16h. Até dia 31/03. ENTRADA GRATUITA!

Eu faço uma participação especial como Radamés Brasil, o contrarregras.


















Queria dizer que estou muito feliz de ter feito parte desse projeto, conhecido e feito amizades incríveis! Aprendo a cada dias mais com vocês! É tão bom ser amigo de seus ídolos!


bandaMIRIM