Nós
paulistanos e nós brasileiros estamos vivendo um momento único. Um momento de
intensa discussão política, um momento de abrir os olhos de toda a população
para o que acontece ao nosso redor! Estamos exaustos com a corrupção, exaustos
com o péssimo estado da saúde, exaustos com a situação do transporte, estamos
simplesmente exaustos.
Por
isso, escolhi um filme que mostra outro sistema falho, do qual estamos mais do
que exaustos: a educação. O Substituto é um filme americano, de 2011, dirigido
por Tony Kaye e conta com um elenco maravilhoso! Nele, Adrien Brody vive um
professor de escola pública que tem um talento incrível para lidar com seus
alunos, mas escolheu viver a carreira de professor substituto. Ele tem medo de
se envolver, se apegar e se tornar parte dos problemas de seus alunos, então,
passa a vida trocando de escolas.
O
longa mistura drama e documentário, dando um ar de vida real. Todos os
profissionais que trabalham nessa escola sofrem com o desinteresse de pais e
alunos e com a impotência mediante ao sistema educacional. Como se já não
bastasse, a personagem da jovem e talentosíssima Sami Gayle traz a história de
uma adolescente prostituta que se encanta com qualquer sinal de carinho e
respeito.
O
filme dói no coração e fica preso na garganta. Nos remete às histórias dos
professores brasileiros que são diariamente violentados por seus alunos, seja
verbal ou fisicamente, o desrespeito e desprezo pelo professor que são,
infelizmente, marcas nas escolas públicas nacionais.
Como
educar quem não quer ser educado? Como insistir em uma profissão que é mal
remunerada e nada reconhecida? Como não se envolver na vida pessoal desses
alunos que são frutos de um meio social inóspito? Essas são questões que
ficaram ecoando na minha cabeça após assistir “O Substituto”.
Ao
contrário de muitos professores da vida real, os professores do filme são
insistentes, lutam pela qualidade educacional de seus alunos, são humilhados e
continuam de cabeça erguida. Eles estão exaustos, mas cada um a sua maneira
tenta persistir. Lecionar nesse ambiente é ir para a guerra todo dia e tentar
manter a alma de um santo. Meu respeito e eterna gratidão a esses
guerrilheiros!
Bom
filme!
Por Maria Andrade
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