O Rei da Califórnia, de 2007, fica no limite
interessantíssimo entre o drama e a comédia e trata sobre dois
assuntos que
mexem muito comigo: família e loucura. Na verdade, os dois temas parecem ser a
mesma coisa, já que o amor familiar é insano em muitos aspectos. Miranda (Evan
Rachel Wood) é a responsável filha de Charlie (Michael Douglas), a adolescente que
há anos dá conta de sustentar-se, já que o pai estava em uma clínica
psiquiátrica. A trama tem inicio quando esse pai volta para casa e convence a
filha a acompanhá-lo em uma jornada em busca de um tesouro espanhol que estaria
enterrado na região. Loucura, sonho e amor misturados.
É um filme sem grandes surpresas ou idéias rebuscadas e não
é nem de longe o melhor longa do gênero. Porém traz a essência do amor entre
pais e filhos de um jeito muito simples e cativante. A atuação da dupla
protagonista é simplesmente impecável e o roteiro cômico é ideal para uma
dessas tardes de inverno.
A relação entre pais e filhos é talvez a relação mais
complexa do mundo, sempre repleta de pequenos (ou grandes) desentendimentos,
mágoas e decepções. E ainda assim, os esforços para entender, aceitar e dividir
os momentos do dia a dia parecem perseverar em famílias da ficção e da
realidade.
Como tantos outros filhos por aí, Miranda se desdobra em mil
para acompanhar as loucuras (ou não) do pai, tentando superar suas dores e
reconstruir esse relacionamento tão desgastado. A busca pelo tesouro espanhol
torna-se uma deliciosa busca pela harmonia familiar que vale a pena acompanhar.
Bom filme!
Por Maria Andrade
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