28 de maio de 2013

Solitária Mente

Um espaço único
Silencioso e vazio.
A solidão é o que quero
Independência e inspiração
Morar em apartamento pequeno
Com apenas um sofá,
um toca discos e muitas histórias.
A pia cheia de louças,
o cinzeiro cheio de cinzas,
as paredes do meu quarto coloridas.
Quero morar tão só
Solitariamente

Em minha mente.

Giovanni Venturini - 24/05/2013

23 de maio de 2013

Essa não é uma poesia de campanha de refrigerante

A gente não vive
por medo da morte
Não é feliz
por medo do que virá depois

Não muda
por conveniência
Não canta
por medo de sair do tom
Não escuta
por displicência
Não sai
por preguiça
Não volta
pela distância
Não luta
por indecência
Não sorri
por falta de inocência
Não ama
por medo da rejeição
Não dizemos sim
porque acostumamos com não


Giovanni Venturini 10/04/2013 e  alterado 06/05/13

20 de maio de 2013

Último filme do Chaplin

as noites são silenciosas
enquanto a Condessa de Hong Kong me olha
pelo reflexo do espelho
seu cabelo curto, cotovelo apoiado no joelho
de um modo sedutor
deixando-me tímido e instigado.

seu criado-mudo
seu olhar diz tudo
apenas um copo
e duas gavetas com seus segredos.

sempre ali parada
não, seu olhar não me diz nada.
me seduz com suas costas nuas e frias
pele lisa e macia.

dezenove antes dela
noites e dias refletindo uma imagem bela
a Condessa de Hong Kong
me olha de um jeito bom.

fim de mais uma noite
mas sei que amanhã,
o reflexo me encara
seduzindo e intrigando
com medo ou amando
o segredo segue
Condessa, quer que te liberte?

só desvendo quando chego ao fim
quando assisto ao último filme do Chaplin.



Giovanni Venturini - 06/05/13



17 de maio de 2013

Teoria das cordas

Teoria das cordas

no universo
inverte-se
o seu próprio vértice
vertigem
mundo ao avesso
que gira
em seu próprio eixo
atravesso e me enrosco
em cordas e conceitos
atrevo-me
ao reverso
ao rever-te
embaraço-me
em outro espaço
faço e desfaço
cordas e nós
espesso e expresso
apresso-me
desamarro, desato
em um ato
e só



Giovanni Venturini (inspirado pela peça “Universos” de Nick Payne, direção de Zé Henrique de Paula) – 16/05/2013

16 de maio de 2013

Cidade "subversa"

insultos
atrapalham minha leitura
sons que invadem a rua
furadeiras, martelos, brocas
desconstroem obras barrocas
obras inteiras “subversas”
obras eternas, esquecidas
na mente dos cidadãos
rápidos suicidas
sempre em vão
sem tempo, com pressa
em uma cidade imersa


Giovanni Venturini – 15/05/2013

14 de maio de 2013

Letra Caligrafada ou Caneta bonita de ponta fina

Tento, logo desisto.
Penso, teclo e insisto.
Palavras, caracteres, frases e versos
não tão verídicos,
não tão estéticos.
Seria diferente se no papel a caneta tocasse
sem pensar o que quero,
a mão frenética escrevesse
para depois eu reler os rabiscos
mudar os pensamentos.

Sinceridade e correção
do contato direto
da minha mão
com o caderno.
Da caneta com meus dedos,
com a folha em branco, silenciosa
rima, poesia, conto ou prosa.

Papel eu tenho, cadernos com e sem pauta
sei o que falta:
Letra caligrafada,
caneta bonita, de ponta fina
e longas madrugadas.


14/05/2013 – Giovanni Venturini

12 de maio de 2013

Agradecimentos aos Mirins!


Durante um bom tempo eu levei duas profissões simultaneamente, reprimindo meu amor e desejo de atuar e levar apenas a profissão de ator. Quando participei da oficina “Rádio Mirim - A arte de ouvir”, conheci pessoas maravilhosas, que sobreviviam e viviam daquilo e para aquilo: A arte.
Conheci músicos, cantores, atores, palhaços, figurinistas... Enfim, gente dos mais variados meios artísticos. Mais do que isso, todos eram talentosíssimos e com muito mais experiência na área do que eu. Mas isso não era problema, todos eram iguais e se tratavam iguais, valorizando as habilidades uns dos outros.
Para mim foi uma surpresa e um presente de aniversário (estávamos no final de Outubro, próximo ao meu aniversário quando recebi a notícia), dentre cerca de 30 pessoas, eu ter sido selecionado para dar continuidade ao processo, como “observador participativo” (mesmo sem saber o que significava essa função).