11 de maio de 2014

Transmudo

quando a decepção
de-capta o orgulho
nada supre o vago
que surge no peito aberto
ou na mente fechada.

mas como lagartixas somos regenerados
seja pelo oco do ritmo no peito
ou pelo rabo preso em qualquer porta
entre-aberta.

surgimos outros eu’s no mesmo corpo,
outros corpos na mesma mente mentirosa
como sempre fomos
outras faces de fachada.

ressurgimos e sumimos
de um eu que não há mais.
de um ser transmutado e expulso
pela especulação-humanitária.

deixamos de ser eu,
de sermos nós
para ser(vir) à vós
novo ser que não é
mas me perten-será?

(re)generoso que sou
me mudo
e transmuto mudo
num tumulto
que não cabe em uma só vida
nem em um só Mundo.

Giovanni Venturini -29/03/14


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