19 de junho de 2013

O Substituto (Detachment)

Nós paulistanos e nós brasileiros estamos vivendo um momento único. Um momento de intensa discussão política, um momento de abrir os olhos de toda a população para o que acontece ao nosso redor! Estamos exaustos com a corrupção, exaustos com o péssimo estado da saúde, exaustos com a situação do transporte, estamos simplesmente exaustos.
Por isso, escolhi um filme que mostra outro sistema falho, do qual estamos mais do que exaustos: a educação. O Substituto é um filme americano, de 2011, dirigido por Tony Kaye e conta com um elenco maravilhoso! Nele, Adrien Brody vive um professor de escola pública que tem um talento incrível para lidar com seus alunos, mas escolheu viver a carreira de professor substituto. Ele tem medo de se envolver, se apegar e se tornar parte dos problemas de seus alunos, então, passa a vida trocando de escolas.

O longa mistura drama e documentário, dando um ar de vida real. Todos os profissionais que trabalham nessa escola sofrem com o desinteresse de pais e alunos e com a impotência mediante ao sistema educacional. Como se já não bastasse, a personagem da jovem e talentosíssima Sami Gayle traz a história de uma adolescente prostituta que se encanta com qualquer sinal de carinho e respeito.
O filme dói no coração e fica preso na garganta. Nos remete às histórias dos professores brasileiros que são diariamente violentados por seus alunos, seja verbal ou fisicamente, o desrespeito e desprezo pelo professor que são, infelizmente, marcas nas escolas públicas nacionais.
Como educar quem não quer ser educado? Como insistir em uma profissão que é mal remunerada e nada reconhecida? Como não se envolver na vida pessoal desses alunos que são frutos de um meio social inóspito? Essas são questões que ficaram ecoando na minha cabeça após assistir “O Substituto”.
Ao contrário de muitos professores da vida real, os professores do filme são insistentes, lutam pela qualidade educacional de seus alunos, são humilhados e continuam de cabeça erguida. Eles estão exaustos, mas cada um a sua maneira tenta persistir. Lecionar nesse ambiente é ir para a guerra todo dia e tentar manter a alma de um santo. Meu respeito e eterna gratidão a esses guerrilheiros!
Bom filme!

Por Maria Andrade


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